A la carte

Está na moda hoje em dia nos tascos e restaurantes deste país terem uma coisa chamada de “Livro de reclamações”!

E para que serve? Para nada, quer dizer, quando tive a ideia de escrever este texto e à falta de papel serviu para isto mesmo, fazer o rascunho do mesmo.

Eu sofro de idiotice espontânea, titulo pomposamente dado pela minha namorada, que quer dizer que quando tenho alguma ideia tenho que a escrever logo não vá este cérebro cansado esquecer tamanha pérola literária.

Torno-me ainda mais idiota quando estou à espera do “prato do dia” porque só me dou em tascos, daqueles que têm toalhas de papel, copos riscados, empregados portugueses (os brasileiros são de restaurante) e serviço a “la carte” é considerado pelos donos um insulto.

Porém hoje quis o destino que eu entrasse no chamado “restaurante”, com empregados brasileiros, copos novos e pasme-se toalhas de pano num branco imaculado.

Ou seja, fodi-me !

Deu-me os cinco minutos de idiotice, quis escrever e toalha de papel nada, guardanapos de papel nem vê-los, o restaurante era tão evoluído que os “maitres” até tinham umas máquinas para anotar os pedidos, papel naquele restaurante nem para um gajo limpar o cú!
Mas como eu estava com uma idiotice tamanha e tinha que escrever, resolvi pedir o único suporte em papel que eu vislumbrei possível, o livro de reclamações!

Fiquei pasmado com o que li, as pessoas queixam-se de tudo, de um simples cabelo nas batatas às coitadinhas das salmonelas na santola recheada, dizem que somos um povo de brandos costumes, brandos costumes o caralho!

Que mal é que tem um cabelito ou pintelho no prato, por acaso há gajo que não lhe caia um cabelito de vez em quando ou que se engasgue durante o minete? E as salmonelas, coitadas das bichas, não podem elas também serem felizes e terem família?

Isto de um gajo poder reclamar nos estabelecimentos abertos ao público é uma ideia que me agrada, aliás é um passo em frente para este país evoluir, mas permitam-me um conselho : - Livros de reclamações individuais!

Esqueçam os estabelecimentos públicos com livros de reclamações e concentrem-se nos livros de reclamações individuais que a meu ver consistiriam no seguinte:

Cada um de nós andava com um livro na mão e quando alguém tinha algo a reclamar, escrevia.
Por exemplo, caso típico de rapaz conhece rapariga, vão sair o rapaz dá um beijo á moça ele tem mau hálito ela cheira mal dos sovacos, no fim cada um podia “reclamar” e evitar futuros encontros desagradáveis .

Como sou um gajo bem disposto podem, como sempre reclamar nos “comments” que seguem este texto!

A gerência agradece.