Beijei o Senhor !
Não é nada do que vocês, seus depravados com pensamentos abichanados imaginam.
Hoje é Domingo de Páscoa, domingo de Aleluia domingo da Ressurreição, o único domingo deste ano de 2006 que eu me levantei cedo, tomei banho e me vesti para fazer uma única coisa. Beijar o Senhor!
Moro em plena cidade do Porto, numa zona onde felizmente ainda há muito bairrismo e bairros também, pequenos passadores e pequenos ladrões, boa gente e gente menos boa, mas onde quase todos nos conhecemos, aonde um segredo é para ser contado no café, mas é segredo dizer aonde é o café a quem vem de fora.
Se algum forasteiro perguntar onde é o café, a resposta que ouve é:“ E quer saber onde é o café porquê?” sendo de seguida reenviado para uma café algures perdido para a zona de Pereiró, porque o café aqui da rua, é para nós e para o pessoal do bairro, o resto que vá tomar café ao caralho. Ups, já disse, caralho mas como hoje beijei o Senhor, estou perdoado.
Mas voltando ao tema central do texto, já há muitos anos que eu não cumpria esta tradição, e este ano quis voltar a cumpri-la.
O ano de 2006 é um ano de mudança para mim, em todos os aspectos, mas mudança às vezes não significa apenas fazer coisas novas, significa também voltar a cumprir com valores e objectivos que estavam há muito enterrados, o que no caso de hoje eu fiz.
Ao ouvir o compasso aproximar-se, o tradicional som dos sinos (aqueles pequenos mas que fazem um cagaçal do caraças, capaz até de acordar a minha irmã, o que não é fácil de acordar, tem dias que ela se levanta, almoça, lava a louça mas sempre a dormir, alias, acho mesmo que a minha irmã consegue namorar a dormir, pois só assim é que alguém a atura), desci as escadas, e esperei.
Ao fundo da rua já vinha o Senhor, mas acompanhado por alguns dos maiores bebedolas da freguesia.
Com o Crucifixo, vinha o Sr. António o viúvo da Sãozinha, já rosado pelo esforço ou pelo vinho, ao lado dele com os sinos portáteis vinham duas miúdas que eu não conhecia mas muito giras por sinal, o que me faz questionar se começo a frequentar a missa de novo, vinha o Sr. José um ex-campeão do jogo da malha, carreira interrompida por uma lesão (o excesso de álcool faz-lhe tremer as mãos) e que trazia o saco das oferendas, mas que por força divina conseguia segura-lo sem tremer, e por fim, com uma espécie de bandeira, que nem era a do Ramaldense estava um tipo que só conheço de vista, mas que tem fama de ser mau como as cobras.
A função deste ultimo era zelar pela segurança do compasso e evitar que o dinheiro das oferendas fosse investido na Floresta (o tasco aqui da zona) pelos dois primeiros.
Assim, quando o Senhor chegou à minha porta, eu disse Aleluia, e beijei-lhe os pés, Ele não se importou.
Mas o Sr. António depois de me saudar efusivamente como sempre o faz, mudou de semblante (esta palavra é nova e é cara), e disse “ Não te esqueças de colocar ali no saco a tua fé, e nada de moedas que não somos burros de carga”.
Sinceramente, valeu a pena, podem considerar que eu sou meio maluco, podem até considerar que escrevo estas linhas para “gozar” com isto tudo, mas não, escrevo apenas com um sentimento. – Tenham Fé!
A essência das nossas vidas passa por isso, e pode ser representado de diversas formas, mas muito do que fazemos é sempre uma acto de FÉ!
Espero que compreendam o que quero transmitir, espero que tenham Fé, eu tenho! Tenho FÉ no Senhor, tenho FÉ em mim e especialmente tenho FÉ em Ti!
Amo-te minha Filha.
Hoje é Domingo de Páscoa, domingo de Aleluia domingo da Ressurreição, o único domingo deste ano de 2006 que eu me levantei cedo, tomei banho e me vesti para fazer uma única coisa. Beijar o Senhor!
Moro em plena cidade do Porto, numa zona onde felizmente ainda há muito bairrismo e bairros também, pequenos passadores e pequenos ladrões, boa gente e gente menos boa, mas onde quase todos nos conhecemos, aonde um segredo é para ser contado no café, mas é segredo dizer aonde é o café a quem vem de fora.
Se algum forasteiro perguntar onde é o café, a resposta que ouve é:“ E quer saber onde é o café porquê?” sendo de seguida reenviado para uma café algures perdido para a zona de Pereiró, porque o café aqui da rua, é para nós e para o pessoal do bairro, o resto que vá tomar café ao caralho. Ups, já disse, caralho mas como hoje beijei o Senhor, estou perdoado.
Mas voltando ao tema central do texto, já há muitos anos que eu não cumpria esta tradição, e este ano quis voltar a cumpri-la.
O ano de 2006 é um ano de mudança para mim, em todos os aspectos, mas mudança às vezes não significa apenas fazer coisas novas, significa também voltar a cumprir com valores e objectivos que estavam há muito enterrados, o que no caso de hoje eu fiz.
Ao ouvir o compasso aproximar-se, o tradicional som dos sinos (aqueles pequenos mas que fazem um cagaçal do caraças, capaz até de acordar a minha irmã, o que não é fácil de acordar, tem dias que ela se levanta, almoça, lava a louça mas sempre a dormir, alias, acho mesmo que a minha irmã consegue namorar a dormir, pois só assim é que alguém a atura), desci as escadas, e esperei.
Ao fundo da rua já vinha o Senhor, mas acompanhado por alguns dos maiores bebedolas da freguesia.
Com o Crucifixo, vinha o Sr. António o viúvo da Sãozinha, já rosado pelo esforço ou pelo vinho, ao lado dele com os sinos portáteis vinham duas miúdas que eu não conhecia mas muito giras por sinal, o que me faz questionar se começo a frequentar a missa de novo, vinha o Sr. José um ex-campeão do jogo da malha, carreira interrompida por uma lesão (o excesso de álcool faz-lhe tremer as mãos) e que trazia o saco das oferendas, mas que por força divina conseguia segura-lo sem tremer, e por fim, com uma espécie de bandeira, que nem era a do Ramaldense estava um tipo que só conheço de vista, mas que tem fama de ser mau como as cobras.
A função deste ultimo era zelar pela segurança do compasso e evitar que o dinheiro das oferendas fosse investido na Floresta (o tasco aqui da zona) pelos dois primeiros.
Assim, quando o Senhor chegou à minha porta, eu disse Aleluia, e beijei-lhe os pés, Ele não se importou.
Mas o Sr. António depois de me saudar efusivamente como sempre o faz, mudou de semblante (esta palavra é nova e é cara), e disse “ Não te esqueças de colocar ali no saco a tua fé, e nada de moedas que não somos burros de carga”.
Sinceramente, valeu a pena, podem considerar que eu sou meio maluco, podem até considerar que escrevo estas linhas para “gozar” com isto tudo, mas não, escrevo apenas com um sentimento. – Tenham Fé!
A essência das nossas vidas passa por isso, e pode ser representado de diversas formas, mas muito do que fazemos é sempre uma acto de FÉ!
Espero que compreendam o que quero transmitir, espero que tenham Fé, eu tenho! Tenho FÉ no Senhor, tenho FÉ em mim e especialmente tenho FÉ em Ti!
Amo-te minha Filha.
6 Comments:
sem dúvida q tás diferente!!
não sei a essência da tua moça, mas q t anda a fazer bem, isso anda ;)
beijos para ti e tua filhota linda,
e q o SENHOR vos abençoe :o)
**TuNaNa**
Ena...lindo ,lindo:)
Sempre soube que eras mto inteligente ,consegues manusear as palavras e falar o importante mesmo que ás vzs pareça que não dizes nada.
Mas engano de quem não sabe ler nas entrelinhas.
Bjs Migo ,adorei o post.
ahahahah
Tá brutal...
Da proxima vez que beijares o Senhor... dá um a mais por mim...
Na minha terrinha também se passou de forma mutio semelhante. Também vinham duas miudas giras e também eu tive fé. Tive muita fé que me iam dar um beijo! Mas não! Algo as assustou. Paciência!
Im so..., acredita que não foste tu a causa do susto.
Aposto os meus unicos quatro dentes em que a causa do susto foram concerteza os foguetes da festa, ou então as faces rosadas do sacrsitas da paróquia.
Keep up the good work » » »
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